Todos nós sabemos, ou pelo menos deveríamos saber, que os nossos filhos não são nossos durante muito tempo.
Tentamos com todas as nossas forças protege-los e mima-los desde que nascem, para que sintam sempre da parte da família, um amor incondicional e sem fronteiras.
Quando nascem, vamos por a mão sobre o peito deles, para termos a certeza que respiram enquanto dormem. Quando tossem, vamos ao quarto N vezes durante a noite, para vermos se têm febre, que estão destapados. Se ficam com febre, passamos a noite toda acordados a controlar se a febre sobe, se desce, se é preciso xarope.
Mas, esses dias não são eternos.
Dia a dia vão crescendo e vão mudando. Vão aprendendo a tomarem as suas decisões, a viverem a sua vida, a sofrerem as consequências das suas próprias decisões. A baterem com a cabeça e a saberem levantar-se e ir a luta outra vez.
E essa é sem duvida a nossa maior luta. Deixa-los ir é possivelmente a coisa mais difícil de se fazer. Porque se são nossos filhos, porque temos de os deixar ir? Porque temos de nos despegar de uma coisa que é nossa e só nossa? Porque temos de os emprestar? Compartilhar? Entregar sem mais nem menos?
Começamos com uma ida a uma festa de anos, sem os pais. Depois uma ida aos baloiços com os amigos. Depois uma festa. Depois uma dormida em casa dos amigos. Um dia, saem pela porta para ir estudar fora e ai o silencio vai ficar. Ai, a casa vai ficar completamente silenciosa, sem as tagarelice. Sem as baboseiras a toda a hora. Sem as birras.
E nesse dia, vamos olhar e pensar : Será que são felizes??