A incerteza do dia a dia
Sim, estamos todos juntos nesta luta desigual.
Mas há muita gente, como eu, que tem família no estrangeiro e não sabe bem o que fazer.
Eu tenho o meu marido, que neste momento, em França sozinho, vai provavelmente ficar sem trabalhar e vai tentar vir para Portugal.
Como? De carro, para trazerem as suas coisas. Sem terem grandes contactos com outras pessoas, sem grandes paragens. Mas várias dúvidas se colocam. Vão conseguir passar? Vão chegar sem bicharocos neles? Vão ficar sem receber nadinha de nada?
Não sei quais as medidas em França. Não sei como vai ser. Não sei se quando chegar, vai ter de ficar sozinho, num quarto isolado. Não sei nada.
Ficar lá é dificil. Voltar também. Tantas decisões e sem sabermos o que havemos de fazer.
Que vida esta. Eu em casa fechada, a tomar conta da filha e sem poder trabalhar. Mas verdade, também não tenho trabalho, pelo que estou a ver uma casa de 37 anos, familiar, a ir pelo cano abaixo. 20 anos de trabalho a pensar se não tarda nada, fico em lay off, ou se sou mesmo despedida.
Olho para o meu patrão e vejo a tristeza dele, de querer continuar a nossa "família" mas sem condições monetárias para isso.
Tantas mas tantas questões, que nunca pensei pensar. Nunca.
Raio para o bicharoco.
Boa sorte a todos. Protejam-se. Por vós. Pelos outros.