Eu, a pirralha e os ferros
Ca em casa, as coisas não tem sido nada fáceis, em termos de alimentação.
As refeições são um autêntico caos e basicamente são leite, iogurtes, nestum e sopa.
Sim, nestum e sopa. A todas as refeições...
A miúda já chora. Tem fome, quer comer arroz, massa, frango, tudo o que pudesse comer. E não pode.
De cada vez que vai fazer a consulta de revisão do aparelho (todos os santos meses), começa a tormenta. As dores constantes. O não conseguir mastigar. E ainda só vamos no começo. 2 meses de 2 longos anos.
Então só consegue beber líquidos. Lá anda a mãe a fazer doses industriais de sopa. A todas as refeições. Ou então um puré. Sem mais nada.
Ou nestum. E eu que detesto que ela coma nestum. Isso é só para dias de festa. Agora, pede-me. E chora. E eu não posso fazer nada. Lá toma um ben-u-ron de vez enquando para acalmar as dores. Mas elas voltam.
Mas custa-me. Vê-la assim e não puder fazer nada. Mas tem de ser. A evolução já se nota e bem, mas ainda vai ser um caminho longo.
Daqui a uns dias, já está fina (tirando as vezes em que a pressão do aparelho é tão grande, que ela sente os dentes a mexer). Mas depois, nova consulta. Novas dores. Nova dose industrial de sopa. E nestum.
Mas, para a frente é o caminho. E um dia, vais olhar-te ao espelho e ver a diferença da tua boca. E ai, vais dizer que foi o melhor.