A vida no campo
Com a treta da pandemia e do vírus e do covid e do raio que o parta, temoa assistido na Santa parvalheira algumas coisas muito boas entre vizinhos e conhecidos.
Por exemplo, a minha vizinha do lado (que é como os doidos e só fala quando está bem disposta), planta muitos vegetais. Tal como toda a gente aqui da terra. Não para vender, mas para consumo próprio. Como eu estou em casa, tem sido um arraial de ofertas. Ora é alfaces, ora favas, ervilhas, ovos caseirinhos.
Tenho uma amiga que foi feijão verde, courgettes.
A sogra foi feijão verde, cebolas, batatas, azeite, tates, mais alface..
Cheguei a um ponto, que me sinto envergonhada de aceitar. Oh pá, eu não planto nada. Não tenho ou melhor, não tinha vida para isso. Nunca cá estava, só vinha a casa jantar, tomar banho e dormir.
Então, armei-me em doceira e fiz um miminho, só para poder agradecer (porque me dão tanta coisa e não me deixam nem pagar nada).
Como tinha muitas ameixas, lá vai a Ninita Maria inventar...
Sai docinho de ameixa... E toca a distribuir pela vizinhança.
Agora, experimentei o licor. Nem está mau. Falta arranjar garrafinhas e também seguem o mesmo caminho.
Até o pessoal do meu trabalho se lambeu. Sim, aquela gente que está tão farta como eu e que considero a minha família, também teve direito a um docinho..
Assim se vai retribuindo a boa vontade dos vizinhos, só porque não querem que as coisas se estraguem e distribuem pela vizinhança.
Digam o que disserem, viver no campo, tem um "sabor" completamente diferente.