Abram alas para o Noddy, que agora vem 4x4
Porque o gajo, aterrou na Santa Parvalheira.
Pois é, depois de muito stress ontem (sim, pq alem dos atrasos do avião, de não ter lugares no comboio, de ter de arranjar quem o fosse buscar a meio do caminho), finalmente chegou.
Chegou completamente estoirado. De rastos, mesmo.
E eu, pela primeira vez, tive noção de tudo o que aconteceu. Pela primeira vez, percebi, que o que lhe aconteceu foi uma grande sorte.
Sim, caiu. Caiu da varanda do 5.º andar para a varanda do 6.º andar. Uns cm ao lado e a sorte não tinha sido a mesmo. Uns cm ao lado, e provavelmente teria caido, desamparadamente, no chão. Sem apoio. Sem nada.
Está danado. Está em baixo. Está triste. Não está o meu gajo. Porque? Porque não consegue fazer nada. So anda apoiado nas muletas e na bota de borracha que tem de por no pé onde rachou o osso. Mas, é dificil. Vestir-se é um martirio. Andar grandes distancias, nem se fala. Subir as escadas de casa (que são 18) é um terror. Tem de parar 3 vezes para chegar ao cimo. E custa-lhe tanto.
Ontem, viu-o pessoalmente, pela primeira vez depois da queda e sinto-o tão, mas tão frágil. Aquele homem forte, que leva tudo a frente, que fala aspero e forte e toda a gente acredita que está chateado e por trás, todo maroto, tem 1 sorriso que não se desmacha, nem que esteja a dizer a maior barbaridade do mundo, toda a gente acredita que ele está mesmo chateado. Só eu sei que não e depois rimos os dois, feitos parvos e só depois é que percebem que estavam a levar um baile daqueles. Aquele homem, que pegava ao colo á filha quando chegava, mesmo tendo a filha 11 anos e já não sendo menina de colo. Aquele homem, que quando cá chegava, me roubava as chaves do carro e eu tinha de ir no lugar do pendura todas vezes. Aquele homem, que quando cá chegava, abanava tanto a mãe só para se meter com ela.
Agora, está muito diferente. Desanimado. Mas, por fim em casa. E durante mais de 3 semanas, vai ter a filha e a mulher a chatear-lhe a cabeça, para seguir em frente. E não se sentir um invalido.
Custa, eu sei. Mas, passo a passo, dia a dia, vais melhorar. Vai demorar. Muito tempo mesmo. Mas o que importa, é que no meio do azar, tiveste sorte e podes agradecer pelo que tens e seguir em frente.
Porque nós, vamos estar cá sempre para ti.
Da tua Ninita e Rabeta