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Ninita's

Quem sou eu? Simples, sou uma pessoa normal, que vive numa pequena cidade normal. Sou brincalhona, divertida, trabalhadora e muito simples. Na pratica, sou igual a todas as outras pessoas deste mundo. Bem Vindos a este "meu mundo virtual".

Ninita's

Quem sou eu? Simples, sou uma pessoa normal, que vive numa pequena cidade normal. Sou brincalhona, divertida, trabalhadora e muito simples. Na pratica, sou igual a todas as outras pessoas deste mundo. Bem Vindos a este "meu mundo virtual".

31.07.20

Maravilhas do fdp covid

Ninita

 

Voltar ao nosso trabalho, para alguns, é um tormento. Para mim, é uma alegria. 

 

Sou agente de viagens, com muito gosto. Sei que a grande parte das pessoas acha uma profissão desnecessária e pouco importante e que ganhamos rios de dinheiro em comissões e assim, mas não é nada disso. 

 

Trabalhamos muito. Tentamos arranjar soluções de voos, quando não as há. Lutamos que nem doidos contra centrais que têm preços especiais e que são barrados as agências. Passamos por aldrabões, por ricos, por querer ganhar o dinheiro todo, quando o que ganhamos numa venda, não chega para pagar um dia de trabalho. Passamos por tudo e mais alguma coisa e só quem conhece os meandros do negócio, sabe do que falo. Do difícil que é. 

 

Já pensaram, que se forem a um advogado, pedir uma opinião ou um orçamento para qualquer coisa, pagam pelo serviço?

E quantas vezes, pediram preços, orçamentos para 300 sítios diferentes e depois de dias de trabalho, nem resposta dão, nem um obrigado, nem uma taxa de serviço pagam?

 

Se conseguem mais barato na Internet? As vezes conseguem. Mas, perdem o vosso tempo, tal como nos. E fazemos tudo de borla.

E quando nos ligam, as tantas da noite, ao fim de semana, natais e fins, pq compraram 1 bilhete na net e não receberam no mail? E nós, q não temos nada a ver com isso, deixamos tudo e ajudamos a resolver. A custo 0. Ou então quando ligam, pq deixaram 1 bola no hotel e querem q liguem os só hotel, pq se ligarem vocês, pagam a chamada e assim pagamos nos? 

Depois de 4 meses e meio voltei a minha casa. Ao meu trabalho. E é tão triste. Não fiz nada, todo o santo dia. Dei informações de borla, a pessoas que nem sequer se dignaram a pedir-me o preço e foram comprar na net, pq só queriam era a minha informação. Vi todas as informações de entradas e saídas dos vários países. Temos de saber tudo. E para que? Para nada.

 

As vendas desceram 80%. Como é possivel sobreviver? Como é possível levantar uma casa com mais de 30 anos, quando nada nos ajuda? Pagamos os impostos todos à tempo e horas, fazemos tudo certo. Não devemos nada a ninguém. E no final de contas, estamos literalmente na merda. É tão revoltante.

 

Por isso, da próxima vez que forem a uma agência de viagens pedir preços, pensem bem no trabalho que as pessoas estão a ter a custo 0. E se tiverem mais barato, questionem se não conseguem a mesma coisa. Se a agência conseguir (as vezes a ter de ver em 300 sítios diferentes), a agência faz. Senão conseguir, também vos diz.

 

No final, perguntem se devem alguma coisa pelo trabalho todo que fizeram. Não vos cobram, mas fica bem. 

 

E um obrigado também fica. 

 

Por isso, fica um conselho, que vale o que vale. A próxima vez que forem marcar na booking, vejam numa agência em Portugal, em vez de um operador que tem o dinheiro em paraísos fiscais e que nem contribui para o vosso país. Porque neste momento, o que interessa, é reerguer o nosso país e não o país dos outros. 

 

 

16.03.20

A incerteza do dia a dia

Ninita

 

Sim, estamos todos juntos nesta luta desigual. 

Mas há muita gente, como eu, que tem família no estrangeiro e não sabe bem o que fazer. 

 

Eu tenho o meu marido, que neste momento, em França sozinho, vai provavelmente ficar sem trabalhar e vai tentar vir para Portugal. 

Como? De carro, para trazerem as suas coisas. Sem terem grandes contactos com outras pessoas, sem grandes paragens. Mas várias dúvidas se colocam. Vão conseguir passar? Vão chegar sem bicharocos neles? Vão ficar sem receber nadinha de nada? 

 

Não sei quais as medidas em França. Não sei como vai ser. Não sei se quando chegar, vai ter de ficar sozinho, num quarto isolado. Não sei nada. 

 

Ficar lá é dificil. Voltar também. Tantas decisões e sem sabermos o que havemos de fazer. 

 

Que vida esta. Eu em casa fechada, a tomar conta da filha e sem poder trabalhar. Mas verdade, também não tenho trabalho, pelo que estou a ver uma casa de 37 anos, familiar, a ir pelo cano abaixo. 20 anos de trabalho a pensar se não tarda nada, fico em lay off, ou se sou mesmo despedida. 

Olho para o meu patrão e vejo a tristeza dele, de querer continuar a nossa "família" mas sem condições monetárias para isso. 

 

Tantas mas tantas questões, que nunca pensei pensar. Nunca. 

 

Raio para o bicharoco. 

 

Boa sorte a todos. Protejam-se. Por vós. Pelos outros. 

 

 

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