O covid que vá ver se chove
Sinceramente, como já devem ter reparado, ando com demasiado tempo livre.
Tanto, que publico sei lá quantas vezes.
O estamine, sempre foi e sempre vai ser, o sítio onde venho, para desabafar, falar de tudo e mais alguma coisa e ao mesmo tempo de nada.
E nos últimos dias, tem sido a minha companhia. Tenho lido muito, comentado pouco, e escrito muito. E tem-me feito tão bem.
Sou a chamada "pilha Duracell", porque costumo ter energia para dar e vender. E detesto estar quieta. Mas estes meses, já mexem demasiado comigo.
Sinto-me triste por não poder trabalhar, triste por não conseguir arranjar soluções que me façam voltar ao serviço. Cansada de estar enfiada nestas paredes. E nós últimos dias, sinto-me muito sozinha. Carente. Afastada.
Todos os amigos já trabalham (graças a Deus) e eu sou a única que fica em casa. Logo, não posso ligar a ninguém durante o dia, porque estão todos a trabalhar.
A noite, também não lhes ligo, pq chegam cansados e querem descansar (sortudos), e por mais que saiba que estão lá, custa-me não os ter ao meu lado. Mas todos têm a sua vida, claro. E isso eu nem discuto.
Sei que o gajo vem sábado, para vir cantar os parabéns a Pirralha, mas mesmo assim, estou triste. Porque vem, fica 4 dias e vai embora outra vez. E eu, vou continuar em casa.
Queria tanto ter alguma coisa para fazer. O meu trabalho faz-me tanta, mas tanta falta. Os colegas, o patrão, o café a meio da manhã na nossa "casinha". Os embroglios e problemas para resolver. As soluções quase impossíveis para encontrar. Tudo me faz falta.
Sei que tenho a Pirralha que dá "água pelas barbas", mas já está noutra idade. As aulas são só auto-avaliacao e já se acabaram os trabalhos, pelo que só vai marcar presença. E depois vai falar com as amigas.
E eu? Ora bolas, continuo a espera q o telemóvel toque. Que alguém se lembre de mim, que alguém me pergunte alguma coisa. Que alguém apareça para me chatear a mona e darmos umas risadas. Porque eu sou a única que continua assim.
Por isso, Covid, vai-te foder. Assim a boca cheia. Estragaste o ano a toda a gente, e a mim, nem se fala. Tiraste-me tanta coisa e tanta coisa que não pude fazer por tua causa. Por isso, vai com o carvalho, para o raio que te parta, que já nem consigo ouvir o teu nome.
E não voltes. Nunca mais.